Texto base: Mateus 8.14-17
A enfermidade nos lembra de maneira dolorosa nossas fragilidades. Quando o corpo adoece, somos confrontados com a nossa limitação e impotência. Nesses momentos, a pergunta que surge é: cremos que Cristo é Senhor sobre a nossa vida, inclusive sobre as nossas dores e enfermidades?
O evangelista Mateus nos apresenta uma sequência de milagres após o Sermão do Monte. Entre eles, está a cura da sogra de Pedro, a libertação de endemoninhados e a restauração de muitos enfermos. Esse relato revela não apenas o cuidado de Jesus, mas também o cumprimento das promessas de Deus (v.17), apontando para o Messias prometido que veio para restaurar e salvar.
A mensagem central desse texto é clara: o poder curador e libertador de Jesus. Ele é poderoso para curar toda sorte de enfermidades e libertar de tudo o que nos aprisiona, mostrando que é, de fato, o Salvador. Mas, diante disso, precisamos perguntar: quais são os ensinamentos que essa passagem traz para a nossa vida? Nos próximos pontos, veremos como Jesus cuida dos que sofrem, como Ele nos cura e liberta para o serviço e, sobretudo, como revela que é o nosso verdadeiro Redentor.
1. Jesus se importa com quem sofre
A sogra de Pedro estava enferma, acometida de febre intensa. Lucas descreve como uma “febre muito alta” (Lc 4.38), o que, considerando o contexto da época e da região, poderia significar até malária. Jesus, ao sair da sinagoga, foi até a casa de Pedro e, a pedido dos discípulos, curou aquela mulher. Sua cura foi com autoridade, imediata e completa. Além disso, Jesus libertou os endemoninhados com a sua palavra e curou muitos enfermos que lhe foram trazidos (v.16).
Isso nos ensina que o Senhor se compadece dos que sofrem e não há mal que resista ao poder de Cristo. Ele cuida especialmente dos que o seguem, mas também alcança aqueles que estavam à margem da sociedade. Podemos descansar no fato de que nada escapa ao olhar misericordioso de Jesus: Ele vê, se aproxima e transforma realidades marcadas pela dor. Como afirma o salmista: “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado; Ele salva os de espírito oprimido” (Sl 34.18).
2. Curados para viver em gratidão e serviço
A sogra de Pedro, assim que foi curada, levantou-se e passou a servi-los. Isso nos mostra que a cura de Cristo não tem apenas um caráter físico, mas espiritual e missional: somos restaurados para viver em gratidão e serviço. Quem é alvo do amor de Jesus não pode permanecer indiferente. Sua graça nos move a testemunhar e a servir, pois, como ensina o apóstolo Paulo, aqueles que foram libertos do pecado pela obra de Cristo agora vivem para Deus e se tornam seus servos (Rm 6.11-13, 22).
Assim também acontece conosco: o amor de Cristo é incondicional, mas exige de nós uma resposta. Nossa vida cristã deve ser marcada pelo serviço como fruto da graça recebida. Quando somos alcançados pelo poder transformador de Jesus, não podemos reagir com indiferença ou normalidade. Pelo contrário, encontramos prazer e alegria em servi-lo de todo o coração.
3. Os milagres revelam o nosso Salvador
Mateus conclui a narrativa citando Isaías 53.4: “Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e carregou as nossas doenças.” As enfermidades e possessões relatadas aqui não são o problema principal da humanidade, mas uma consequência do pecado. Cristo veio para resolver a raiz: o nosso afastamento de Deus. Ele tomou sobre si o nosso lugar: tocando o leproso, acolhendo o gentio, curando a mulher, libertando os cativos.
Essas manifestações de poder revelam que Jesus é, de fato, o Messias prometido, o Salvador que veio não apenas para aliviar sofrimentos momentâneos, mas para conceder salvação eterna. Por isso, precisamos refletir: cremos verdadeiramente que Cristo é o Salvador, ou apenas buscamos o que Ele pode nos dar agora? O maior mal do homem é o pecado, e foi para vencê-lo que Jesus veio. Seu toque alcança até aqueles que não eram vistos nem valorizados, revelando a profundidade da sua graça. Como o próprio Senhor disse: “O Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido” (Lc 19.10).
Conclusão
O poder curador e libertador de Jesus não se limita ao corpo, mas atinge a alma. Ele se importa com os que sofrem, nos cura para que possamos servi-lo e se revela como o verdadeiro Salvador que levou sobre si nossas dores e pecados. Diante disso, somos chamados a responder com fé e serviço, reconhecendo que nossa maior necessidade não é apenas a cura física, mas a salvação em Cristo Jesus.
Rev. Aldo Marcos Teixeira